Já faz mais de um mês que saiu, mas 21, segundo álbum da cantora inglesa Adele, ainda é o principal lançamento do mainstream da música em 2011. Adele fez muito sucesso em 2008 com 19, seu álbum de estréia. Numa mistura de soul, pop e jazz, a jovem se tornou sucesso rapidamente e recebeu 2 Grammys no ano seguinte (Revelação e Melhor performance pop feminina) e mais uma porrada de prêmios. Dona de um vozeirão capaz de muitas vezes engolir o instrumental da música – caso da melhor canção de 19, Hometown Glory – chegaram a compará-la a Amy Winehouse. Na verdade, quase todas que começaram a cantar qualquer coisa no Reino Unido depois de Back to Black foram comparadas com Amy.
Mas nada como um segundo álbum pra expor as diferenças entre as duas e provar que a cantora não fez sucesso por acaso. 21 foi lançado na Europa em 24 de janeiro, já empurrado pelo sucesso do primeiro single, Rolling in the Deep, lançado no fim de 2010. Com o álbum, a cantora alcançou uma marca que só os Beatles tinham atingido, colocou seus dois álbuns no top 5 discos e duas canções no top 5 singles da parada britânica, além de Roling in the Deep em 4º lugar, Someone like you, foi parar em primeiro. Além, é claro, do primeiro lugar na Billboard.
E o que esse álbum tem de especial? Pra começar, ele já nasceu com o pé direito, com a escolha dos produtores. Foram três nomes vindos de segmentos diferentes: o americano Ryan Tedder, vocalista do OneRepublic e produtor de vários artistas pop americanos; Paul Epworth, importante produtor da cena indie inglesa; e o lendário Rick Rubin, pai de álbuns de artistas dos mais diferentes estilos como Metallica, Johny Cash e Justin Timberlake. A mistura de tantos estilos acabou dando certo, e muito.
Pra não falar de todas as músicas, dá pra pensar em alguns blocos de canções com o mesmo estilo. A principal novidade desse álbum é a presença mais forte do piano, com destaque para as canções Someone Like You e Turning Tables, a mais visceral do álbum, daquelas que ao vivo devem ser como um soco no estômago. As canções mais "pop" parecem mais bem finalizadas do que no disco anterior, além de Rolling in the Deep, vale citar Set Fire to the Rain, por sinal, terceiro single do álbum. Também é bom ouvir com mais atenção a romântica Don't You Remember e Lovesong, uma cover do The Cure com ritmo de bossa-nova.
Só uma coisa pode incomodar um pouco: as letras. Apesar de serem mais simples, e, por isso, mais palatáveis pro grande público, em bloco, várias canções onde a desilusão amorosa e o “pé na bunda” são os temas, podem deprimir um pouco aquele que já está a beira da “fossa”. Mas para quem gosta, como eu, dão até mais força ao trabalho.
No final, Adele acerta porque faz o que todo o fã quer, um álbum no mesmo estilo daquele que fez sucesso, mas demonstrando mais maturidade. Algo igual, mas diferente. Deu pra entender?
Fecho com uma frase que não é minha, mas resume bem o 21. Assim escreveu Ian Wade, num review feito pro site da BBC: “É realmente tão maravilhoso, que você é quase obrigado a levantar-se e aplaudir de pé depois de escutar pela primeira vez.”
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