Fonte: PreCentral |
A informação foi obtida pelo site de tecnologia Precentral, que recebeu de um leitor uma apresentação de Power Point dos próximos lançamentos da Hewlett-Packard, o tablet HP TouchPad e os smartphones Pre 3 e Veer. Nos slides específicos sobre as chamadas HP Music Store e HP Video Store, a reportagem conta que “o Touchpad virá com um sistema de sincronização de músicas embutida que utiliza servidores de nuvem para sincronizar e armazenar remotamente a sua música.”
O chamado syncing, leva para a nuvem todas as músicas e vídeos armazenados no seu computador, facilitando o acesso remoto dos arquivos. Hoje o sistema mais famoso que usa esse tipo de tecnologia são os presentes na rádio online Last.fm. Contudo, o aplicativo desenvolvido pela HP tem uma vantagem, “um algoritmo ‘inteligente’ para assegurar que a música que o usuário tem maior probabilidade de ouvir é armazenada localmente no dispositivo”. Ou seja, em caso de dificuldade de acesso à conexão de internet, as músicas favoritas estariam armazenadas na memória do aparelho.
Apesar de desenvolvido para o futuro tablet da empresa, a biblioteca criada no TouchPad poderia ser acessado por todos os smartphones que possuíssem o webOS, sistema operacional dos dispositivos móveis da HP, atualizado.
Os serviços de música e vídeo streaming são considerados os potenciais “assassinos” do IPod e outros mp3 palyers, já que dispensam a necessidade de transferência de arquivos e podem facilitar às gravadoras e estúdios a implantação de um sistema de cobrança para o consumo de músicas e filmes. Há mais de um ano existem rumores do lançamento dos mesmos serviços pelo Google e Apple, mas até hoje nada foi confirmado por nenhuma das duas empresas.
[via Business Insider]
E pra não deixar nenhum post sem vídeo, segue o teste que o pessoal do Engadget fez do TouchPad em fevereiro:
Poucos quadrinhos na vida me deixaram tão próximo de um personagem quanto a série Scott Pilgrim. A série de seis livros do canadense Brian Lee O’Malley conta a história de Scott, um cara de 24 anos preguiçoso e meio burro que vive em Toronto, no Canadá. Ele toca em uma banda, não tem dinheiro e está saindo com uma colegial de 17 anos. Daí surge Ramona Flowers, ele se apaixona por ela e tem de enfrentar seus ex-namorados malvados. A série de seis volumes em que essa história é contada é um dos maiores aglutinados da cultura jovem dos anos 1990 e 2000.
A simplicidade com que O’Malley mistura o banal com o surreal, as referências aos mangás (que eu conheço muito pouco) e videogames, carregados por um humor tão simples quanto a cabeça do protagonista, fizeram da série um dos maiores lançamentos da última década. Scott Pilgrim se tornou um ícone nerd (apesar de eu odiar essa palavra, tudo é nerd agora, um saco).
Juro que não sei quando a febre pelo Scott começou, quando eu conheci, ele já era famoso e estava prestes a ser lançado no Brasil. Mas sei que são poucas histórias em quadrinhos que viram um épico tão rápido. Scott já existe em vídeogame e, principalmente, em filme. Um das mais elogiados lançamentos do ano passado, que ocorreu um mês depois da chegada do sexto e último volume da série às prateleiras.
Scott Pilgrim contra o Mundo, o filme, é uma das melhores adaptações de quadrinhos pra cinema que já vi, muitas vezes usando soluções melhores que as do “texto” original. É daquelas histórias que vale muito dizer “não li o livro, mas vi o filme” cai muito bem e ninguém vai te recriminar por isso.
Mas o que chega agora no Brasil é o terceiro e último livro da coleção traduzida pela Cia. das Letras, pelo selo Quadrinhos na Cia. Ele reúne os dois últimos livros do original e conta o final da saga de Scott, se ele fica ou não com Ramona, como é seu encontro e sua batalha com o mais poderoso ex-namorado do mal, Gideon, e qual é o futuro do Sex Bob-Omb, a banda de Scott. Já li a versão em inglês e acho que perdi algumas piadas, porque gostei muito mais dos outros dois volumes. Espero que a tradução mande bem (mesmo sabendo que algumas piadas são intraduzíveis, tipo a declaração de amor do Scott aqui do lado =P).
De qualquer forma, Scott Pilgrim é daquelas histórias que contextualizam uma época, ou pelo menos um grupo social de determinada época, o que por si só já vale a leitura.
Pra finalizar, o melhor resumo do volume final que está sendo lançado por aqui é esse vídeo. Contém spoilers (eu acho).
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A simplicidade com que O’Malley mistura o banal com o surreal, as referências aos mangás (que eu conheço muito pouco) e videogames, carregados por um humor tão simples quanto a cabeça do protagonista, fizeram da série um dos maiores lançamentos da última década. Scott Pilgrim se tornou um ícone nerd (apesar de eu odiar essa palavra, tudo é nerd agora, um saco).
Juro que não sei quando a febre pelo Scott começou, quando eu conheci, ele já era famoso e estava prestes a ser lançado no Brasil. Mas sei que são poucas histórias em quadrinhos que viram um épico tão rápido. Scott já existe em vídeogame e, principalmente, em filme. Um das mais elogiados lançamentos do ano passado, que ocorreu um mês depois da chegada do sexto e último volume da série às prateleiras.
Scott Pilgrim contra o Mundo, o filme, é uma das melhores adaptações de quadrinhos pra cinema que já vi, muitas vezes usando soluções melhores que as do “texto” original. É daquelas histórias que vale muito dizer “não li o livro, mas vi o filme” cai muito bem e ninguém vai te recriminar por isso.
Mas o que chega agora no Brasil é o terceiro e último livro da coleção traduzida pela Cia. das Letras, pelo selo Quadrinhos na Cia. Ele reúne os dois últimos livros do original e conta o final da saga de Scott, se ele fica ou não com Ramona, como é seu encontro e sua batalha com o mais poderoso ex-namorado do mal, Gideon, e qual é o futuro do Sex Bob-Omb, a banda de Scott. Já li a versão em inglês e acho que perdi algumas piadas, porque gostei muito mais dos outros dois volumes. Espero que a tradução mande bem (mesmo sabendo que algumas piadas são intraduzíveis, tipo a declaração de amor do Scott aqui do lado =P).
De qualquer forma, Scott Pilgrim é daquelas histórias que contextualizam uma época, ou pelo menos um grupo social de determinada época, o que por si só já vale a leitura.
Pra finalizar, o melhor resumo do volume final que está sendo lançado por aqui é esse vídeo. Contém spoilers (eu acho).
Não li nada profissional sobre Wasting Light, álbum novo da banda de Dave Grohl, depois de 4 anos sem lançar nada novo. É muito bom. É o melhor desde There Is Nothing Left To Lose, e já se vão 12 anos desde então.
O Foo Fighters faz muito sucesso pelo talento de Dave Grohl em diversificar estilos. Se ele grita como em Monkey Wrench, sucesso, se ele sussurra, como em Walking After You, sucesso também. E com o tempo o sucesso ultrapassou a barreira de fãs de Nirvana e até de rock. Seus três últimos álbuns atingiram o top 5 das paradas americanas e britânicas, sem importar muito se o álbum anterior era pior ou melhor. (Curiosidade: apesar do sucesso dos álbuns, eles nunca conseguiram emplacar uma canção nos top 10 em nenhum dos dois países.)
Mas voltemos a Wasting Light. Antes de 12 de abril, o álbum já havia sido levado à público algumas vezes. Eu mesmo já tenho as 11 músicas no computador desde fevereiro. Não, o álbum não vazou. Mas ele já vinha sendo tocado na íntegra em casas de show dos EUA. Daí pra cair na internet e no youtube, um pulo. Mesmo com qualidade duvidosa, áudio e imagens mostraram um Foo Fighters disposto a empolgar suas plateias. Nesse ínterim ainda foram lançados dois clipes: White Limo (com participação do lendário Lemmy Kilmister) e Rope, o primeiro single. Além disso, foram para as rádios Bridge Burning e Arlandria.
No dia 3 de abril, a uma semana do lançamento oficial, o álbum foi disponibilizado via streaming no site da banda. O lançamento do dia 12, foi só mandar para as lojas um cd que os fãs já conhecem, e pelo que li, aprovam.
Pra não ficar fazendo um faixa a faixa digo que as quatro músicas lançadas até agora estão entre as melhores e demonstram um pouco da diversidade do álbum. Bridge Burning é a The Pretender desse álbum. Explico: riff mais pesado e música empolgante pra abrir o álbum, o que eles nunca haviam feito até Echoes, Silence, Patience & Grace. Parece que gostaram. White Limo é, de longe, a música mais pesada do álbum, até o vocal do Dave está mais “rasgado”. Arlandria é música de show, daquela que os fãs mais novos levantam a cabeça, fecham os olhos e gritam o refrão da música. Rope é... boa. Ouçam aí em baixo e analisem.
Fora essas sugiro mais duas: These Days, minha favorita e que acho uma Times Like These melhorada, e Walk, uma das favoritas dos fãs.
Mas vale a pena ouvir tudo, do começo ao fim. Ao menos pra bater palma pro Dave Grohl. E pra tentar descobrir porque a banda agora tem três guitarristas. Pra mim mudou muito pouco, mas se eles curtem tocar assim, quem vai discordar?
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O Foo Fighters faz muito sucesso pelo talento de Dave Grohl em diversificar estilos. Se ele grita como em Monkey Wrench, sucesso, se ele sussurra, como em Walking After You, sucesso também. E com o tempo o sucesso ultrapassou a barreira de fãs de Nirvana e até de rock. Seus três últimos álbuns atingiram o top 5 das paradas americanas e britânicas, sem importar muito se o álbum anterior era pior ou melhor. (Curiosidade: apesar do sucesso dos álbuns, eles nunca conseguiram emplacar uma canção nos top 10 em nenhum dos dois países.)
Mas voltemos a Wasting Light. Antes de 12 de abril, o álbum já havia sido levado à público algumas vezes. Eu mesmo já tenho as 11 músicas no computador desde fevereiro. Não, o álbum não vazou. Mas ele já vinha sendo tocado na íntegra em casas de show dos EUA. Daí pra cair na internet e no youtube, um pulo. Mesmo com qualidade duvidosa, áudio e imagens mostraram um Foo Fighters disposto a empolgar suas plateias. Nesse ínterim ainda foram lançados dois clipes: White Limo (com participação do lendário Lemmy Kilmister) e Rope, o primeiro single. Além disso, foram para as rádios Bridge Burning e Arlandria.
No dia 3 de abril, a uma semana do lançamento oficial, o álbum foi disponibilizado via streaming no site da banda. O lançamento do dia 12, foi só mandar para as lojas um cd que os fãs já conhecem, e pelo que li, aprovam.
Pra não ficar fazendo um faixa a faixa digo que as quatro músicas lançadas até agora estão entre as melhores e demonstram um pouco da diversidade do álbum. Bridge Burning é a The Pretender desse álbum. Explico: riff mais pesado e música empolgante pra abrir o álbum, o que eles nunca haviam feito até Echoes, Silence, Patience & Grace. Parece que gostaram. White Limo é, de longe, a música mais pesada do álbum, até o vocal do Dave está mais “rasgado”. Arlandria é música de show, daquela que os fãs mais novos levantam a cabeça, fecham os olhos e gritam o refrão da música. Rope é... boa. Ouçam aí em baixo e analisem.
Fora essas sugiro mais duas: These Days, minha favorita e que acho uma Times Like These melhorada, e Walk, uma das favoritas dos fãs.
Mas vale a pena ouvir tudo, do começo ao fim. Ao menos pra bater palma pro Dave Grohl. E pra tentar descobrir porque a banda agora tem três guitarristas. Pra mim mudou muito pouco, mas se eles curtem tocar assim, quem vai discordar?
Já faz mais de um mês que saiu, mas 21, segundo álbum da cantora inglesa Adele, ainda é o principal lançamento do mainstream da música em 2011. Adele fez muito sucesso em 2008 com 19, seu álbum de estréia. Numa mistura de soul, pop e jazz, a jovem se tornou sucesso rapidamente e recebeu 2 Grammys no ano seguinte (Revelação e Melhor performance pop feminina) e mais uma porrada de prêmios. Dona de um vozeirão capaz de muitas vezes engolir o instrumental da música – caso da melhor canção de 19, Hometown Glory – chegaram a compará-la a Amy Winehouse. Na verdade, quase todas que começaram a cantar qualquer coisa no Reino Unido depois de Back to Black foram comparadas com Amy.
Mas nada como um segundo álbum pra expor as diferenças entre as duas e provar que a cantora não fez sucesso por acaso. 21 foi lançado na Europa em 24 de janeiro, já empurrado pelo sucesso do primeiro single, Rolling in the Deep, lançado no fim de 2010. Com o álbum, a cantora alcançou uma marca que só os Beatles tinham atingido, colocou seus dois álbuns no top 5 discos e duas canções no top 5 singles da parada britânica, além de Roling in the Deep em 4º lugar, Someone like you, foi parar em primeiro. Além, é claro, do primeiro lugar na Billboard.
E o que esse álbum tem de especial? Pra começar, ele já nasceu com o pé direito, com a escolha dos produtores. Foram três nomes vindos de segmentos diferentes: o americano Ryan Tedder, vocalista do OneRepublic e produtor de vários artistas pop americanos; Paul Epworth, importante produtor da cena indie inglesa; e o lendário Rick Rubin, pai de álbuns de artistas dos mais diferentes estilos como Metallica, Johny Cash e Justin Timberlake. A mistura de tantos estilos acabou dando certo, e muito.
Pra não falar de todas as músicas, dá pra pensar em alguns blocos de canções com o mesmo estilo. A principal novidade desse álbum é a presença mais forte do piano, com destaque para as canções Someone Like You e Turning Tables, a mais visceral do álbum, daquelas que ao vivo devem ser como um soco no estômago. As canções mais "pop" parecem mais bem finalizadas do que no disco anterior, além de Rolling in the Deep, vale citar Set Fire to the Rain, por sinal, terceiro single do álbum. Também é bom ouvir com mais atenção a romântica Don't You Remember e Lovesong, uma cover do The Cure com ritmo de bossa-nova.
Só uma coisa pode incomodar um pouco: as letras. Apesar de serem mais simples, e, por isso, mais palatáveis pro grande público, em bloco, várias canções onde a desilusão amorosa e o “pé na bunda” são os temas, podem deprimir um pouco aquele que já está a beira da “fossa”. Mas para quem gosta, como eu, dão até mais força ao trabalho.
No final, Adele acerta porque faz o que todo o fã quer, um álbum no mesmo estilo daquele que fez sucesso, mas demonstrando mais maturidade. Algo igual, mas diferente. Deu pra entender?
Fecho com uma frase que não é minha, mas resume bem o 21. Assim escreveu Ian Wade, num review feito pro site da BBC: “É realmente tão maravilhoso, que você é quase obrigado a levantar-se e aplaudir de pé depois de escutar pela primeira vez.”
Uma hora tinha que começar, então, borá lá. Lixo Extraordinário (Waste Land), documentário dirigido pela americana Lucy Walker, com parceria brasileira – no caso, os diretores João Jardim e Karen Harley e a produtora O2 Filmes – conta a história de uma das mais importantes obras do artista plástico Vik Muniz, “Retratos do Lixo”. Vik vai até o maior aterro sanitário da América Latina, o Jardim Gramacho, na cidade de Duque de Caxias-RJ, para fotografar os catadores e reconstruir suas imagens numa escala gigante a partir dos materiais recolhidos no lixão. Daí em diante, é a história de Vik, dos catadores e processo de construção da obra, misturando-se para revelar um pouco da realidade local.
O documentário é bom. Bem editado, bem filmado, tem boas entrevistas e bons personagens, mas falta a novidade. É relatorial. Um relatório bem interessante, com certeza, mas nada presente ali foge do esperado, ao menos para um espectador brasileiro que conheça minimamente a realidade do seu país. E, talvez, por essa consciência ser algo tão local, Lixo Extraordinário acabou caindo nas graças do Oscar. Creio eu, que tanta felicidade naquele espaço degradado, tanta noção da sua condição e do seu papel, surpreenda aos desavisados.
Como forma de mostrar uma realidade que, apesar de sua existência reconhecida, não chega visualmente às pessoas, o trabalho é satisfatório e muito enriquecido pelos personagens escolhidos. Encontraram gente que gosta de falar, e, não se engane, nem todo mundo está disposto a se abrir tanto. A câmera assusta muita gente.
(Aqui, faço um aparte: uma das coisas mais interessantes numa produção documental em que os personagens são escolhidos paralelamente às filmagens é exatamente esse processo de decisão, tanto de quem filma quanto dos entrevistados, mas isso sempre acaba limado no final)
Mas o mais importante no filme é o que mais incomoda: o protagonismo do artista plástico Vik Muniz. Mesmo se tratando um personagem interessante, afinal é um dos grandes nomes da arte contemporânea hoje, nenhum dos dois papéis que ele representa é bem demonstrado, nem a figura do self-made man, nem o artista e todo o seu processo criativo. E nem precisava muito, cinco ou dez minutos a mais de documentário, dariam bem essa noção. Ou então cortar alguns trechos que não dizem nada, como a visita feita à casa onde ele cresceu.
Por outro lado, algo muito interessante também relacionado à arte, são os momentos de vislumbramento dos retratados quando vêem a reconstrução de suas imagens a partir do lixo. É algo que entre todas as formas de expressão artística, as artes plásticas são as mais instantâneas. Viu, entendeu, gostou, muito mais rápido que uma música ou filme, por exemplo. O diálogo entre Tião e Vik sobre a concepção de arte do catador é, apesar de simples, muito interessante.
Caberia ainda falar um pouco mais dos catadores, afinal são eles as grandes figuras do documentário, mesmo não sendo protagonistas, ou sobre como a presença de Vik muda de alguma forma a perspectiva deles, mas paro por aqui, pois nada que fosse dito iria além do mostrado pelo filme, seria mera descrição. Resumindo, o documentário é bom porque é simples, mas não é ótimo, porque é simples. Ele não arrisca na linguagem, na filmagem ou na edição, a preocupação é passar a mensagem. E isso Lixo Extraordinário consegue fazer sem nenhuma dificuldade.
Olá!
Sou Rodrigo Rocha, jornalista de 24 anos. Acabo de me formar e resolvi criar este espaço para praticar um pouco da minha escrita sem, necessariamente, estar preso a linhas editoriais, prazos ou manuais de estilo.
No final, o blog deve ser um grande amontoado do que rola no mundo da cultura somado a análises pessoais do que está em pauta no noticiário da semana.
Sejam bem vindos!